domingo, 7 de março de 2010

Visitas indispensáveis

Cada um de nós, pelo menos uma vez na vida, deveria visitar um hospital, um manicômio, um orfanato e um cemitério... Dentro desses lugares, dá para fazer uma estimulante reflexão sobre como cuidar de nossa vida, inclusive descobrindo em alguns casos, que não estamos tão ruins quanto imaginamos ou que ainda dá tempo (e sempre dá) para melhorar...

O hospital serviria para vermos como é bom poder andar, falar, respirar, escrever, comer, escovar os dentes e até sentar no vaso sanitário, atividade simples mas que tem gente enferma que não consegue fazer sozinha. Lá, sentiríamos na alma o quanto é fantástico gozar de plena saúde;

No manicômio, perceberíamos como é maravilhoso dispor de todas as faculdades mentais, ser independente, livre e a satisfação de sermos donos de nossas próprias ações. Lá, nos daríamos conta de que nossas “mentes brilhantes” podem desaparecer numa fração de segundos com perdas e danos irreversíveis;

O orfanato nos traz a fragilidade e a dor da ausência de algo que a maioria de nós temos e não valorizamos que são os nossos pais, filhos, amigos, família... Aquela criança abandonada à sua própria sorte poderia ter sido eu ou você; e

Finalmente, de todos os lugares em que sugeri, por motivos óbvios, o mais tranqüilo é o cemitério. Ir até lá, olhar ao redor, tanger as moscas que pousam em nossos ombros, sentir o cheiro forte de carne podre dos corpos em decomposição e ouvir o ruído da pedra fechando a sepultura com o cimento e depois (se for o caso) a terra sendo jogada por cima do caixão, traz à realidade quem se acha melhor do que as outras pessoas. Facilita a compreensão de que sejamos da favela ou de Alphaville, da escola pública ou particular, garis ou executivos, pretos, brancos, azuis ou amarelos, todos um dia teremos o mesmo destino, e para lá não levaremos a vaidade exacerbada ou o carro zero que acabamos de comprar e que tanto nos exibimos aos outros...

Acredito que para tornar os dias melhores, basta ter determinação e disposição, o que não envolve a necessidade do gasto de grandes quantias ou a realização de tarefas exageradamente audaciosas, como tanta gente imagina. Começo sendo bacana com as pessoas a meu redor, tratando-os como gostaria de ser tratado, criando assim uma redoma de bem querer que me protege dos maus!

Sou otimista e tenho certeza que o pessimismo conspira contra meus objetivos, e além de não ajudar ainda atrapalha. Comemoro tudo que consigo agradecendo e acreditando em Deus, mas sem deixar exclusivamente em suas mãos as responsabilidades que são minhas, para depois não ficar me lamentando dizendo que “foi Deus que quis assim” sem ter feito a minha parte!

Danival Dias
danival.dias@gmail.com [mail]
danivaldias@hotmail.com [msn]
http://www.twitter.com/danivaldias

Publicado originalmente em 11/11/2008 no jornal Camaçari Notícias, disponível em http://www.camacarinoticias.com.br/leitura.php?id=45954

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